sexta-feira, 27 de março de 2009

Amor sem memória

As fotos são obséquio da Ana Honorato, "hospedeira" destas pequenas maravilhas


A força do instinto e da perpetuidade, presente em toda a vida animal, assemelha o conceito humano do amor.
É porventura um amor sem memória, limitado na função e no tempo e, sobretudo, sem preconceitos.
Tomado, entre tantos, o exemplo da galinha coquicha, aqui ao lado, criada em "casa de acolhimento", longe de campos de tortura e extermínio, por aviários conhecidos.
Digamos que, à parte algumas pequenas mordomias acrescidas à natureza, a galinha cumpriu o seu instinto, embora facilitado, nem sequer rejeitando ovos não gerados por si.
Os filhotes saídos há muito pouco do mistério do ovo, tem imediata aptidão para as agruras da vida, necessitando apenas de aprendizagem técnica na procura de alimento, exercícios de defesa e sobrevivência, tais como fuga a espécies predadoras e limpeza da farta plumagem natural e ainda, e por sua vez, predando outros pequenos seres, não esquecendo a segurança e abrigo temporário das intempéries ou temperatura sob a asa protectora.
Capacidades por ela exercidas, com total entrega e desvelo e repartidas igualmente pela prole, sem olhar a quem.
E é tão nobre o exemplo que usamos o termo de "mãe galinha" na suposta exagerada protecção aos nossos filhos.
A seu tempo, ganho o vigor e aprendizagem, seguem o ciclo individual, repetindo, repetindo, aparentemente sem preocupações afectivas, culpas, ressentimentos, nem outros futuros ou passados. E, ainda também aparentemente, vivendo a vida pela vida, ali e agora.
O conceito humano é mais elástico, complicado, duradouro, prolongado por vezes além dos limites razoáveis, na vivência de uma plêiade de sentimentos, afinal apenas morando na falível e perecível memória.
Estando tão em voga os prós e os contras, e feitas as contas, fiquei por aqui a cismar , em face do exemplo, se vale a pena ser diferente.

2 comentários:

Paula Raposo disse...

Também vou pensar se vale a pena. Esta música que está a tocar é linda. Gosto. Beijos e bom fim de semana.

Baila sem peso disse...

Amor sem memória
sem ressentimento de passados
pode bem dizer-se...
é algo incondicional
que não se percebe porquê
mas não fica só em passos ensinados
vai além de todos os quês
trás talvez dias amargurados
mas tantos, em partilha divinal.

O amor em todas as eras
por todas as esferas
não pode ser questionado!

Seja Ele -ou não- maternal
é o que move montanhas...
mesmo com todas as suas "manhas"!

Nos prós e contras
andamos todos afinal
porque não O entendemos
na sua essência principal!

...e para final de semana
este quadro de mãe galinha
e pintinhos...
ficou com cheirinho de miminhos!

Beijinho e xi apertadinho, aqui do meu ninho :)