sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Foi longo o cativeiro, pleno de dor e sofrimento, escutando bastas vezes dos outros o grito do lamento.
Certa vez, junto ao meu catre e vestido de amarelo. alguém resolveu falar, monologando, sem resposta esperar, semelhando um momento de experiência e aprendizagem.
Fizera um retiro de formação cristã e só então passara a acreditar em Deus, que, pese embora nunca o tivesse ouvido, lhe passara a falar, não oralmente mas por sinais e nunca se sentira tão feliz, tão forte passou a ser essa sua crença.
Disse também que em tudo existe o seu contrário: no bem o mal; ódio no amor e  dúvida na certeza, completando-se.
Foi meditando nisto que sinceramente me retrato de alguns pequenos textos em que me permiti colocar em dúvida a crença de outros seres, usando alguma rima fácil mas não grácil, imbuída de ironia e mordacidade, esquecendo que somos iguais e diferentes e todos aqueles que por essa crença e através dos tempos até deram a vida.
Coisa injusta de que me redimo e assumo culpa, pois, na verdade, se um ser acredita em Deus, então esse Deus existe nesse mesmo ser.
Quantos de nós passaram ao lado de sinais sem voz, sem lhe conceder importância, mas porventura de conteúdo passível de alterar os nossos percursos de vida se devidamente entendidos ?
Depois, tarde, mas tarde, lembramos os "ses" quando o tempo de alterar esses percursos está esgotado.
Agora não me restam dúvidas. Há que bem entender, no momento,os sinais que vamos recebendo.
Bem haja esse ser que de mim se aproximou, concedendo-me um pouco da sua luz

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Certa noite, deambulava eu, zonzo, pelos corredores do inferno, quando alguém, talvez o responsável da zona, questionou abruptamente: o que é que você quer ?. Ciciei: esquecer, descansar e dormir, mas não consigo. Deite-se e finja que dorme, foi a sugestão insensível e brutal.
Porventura ando desde aí num verdadeiro faz de conta a tentar o fingimento e a lógica que disto retiro é que o inferno é um verdadeiro labirinto em que todas as portas escaldam e ao mesmo vão dar, com gestores  de sector em tudo semelhantes.
Lá me perdi outra vez e agora, como prova o texto. até finjo que escrevo, mas como também finjo que assino ninguém saberá que fui eu.
Para animar as tropas está muito em voga e é constante ouvir: um dia de cada vez.
Acho que me bastaria um dia de vez quando, se me for concedido.