domingo, 25 de julho de 2010

sangramentos

Sendo o sangue o fluido de circuito interno da manutenção de vida, parece razoável que todos tenhamos algum pudor e receio, quando o vemos fluir por uma qualquer fissura naquele seu tom avermelhado vivo.
Já até li ou ouvi aleivosia tamanha deste género: desconfio dum animal que sangrando todos os meses e abundantemente durante alguns dias, não morre. O que só prova que se a estupidez evitasse a crise, decerto o País não estaria no estado actual, ou, se por acaso fosse musica, andaríamos por aí quase todos bailando, mesmo os de estupidez assumida.
Mas, voltando ao tema, acho que é um chato dum encargo que a mulher assume e suporta, essencialmente para assegurar aquela sua brilhante e suprema capacidade de ser mãe.
Sendo talvez o que me detém no desejo de ser mulher, esse ser maravilha, mãe do mundo.
Mas o sangramento não é pêra doce, é chato mesmo e eu que o diga que hoje, pela terceira vez me aconteceu ao dar uma cabeçada no portão da garagem insuficientemente levantado, não se compadecendo apesar da minha baixa estatura.
Podia assacar a culpa ao cão que me estava a distrair, mas não sou de colocar a culpa ao outro quando ela aponta na minha própria direcção, aqui a falta do necessário cuidado.
Valeu-me, nas outras vezes, o conselho imediato do meu bruxo, palavra de mimo que empresto ao médico e não sem sentido, pois é profissão bem dura que, além do conhecimento e dos meios comuns de diagnóstico hoje ao dispor, concorre ainda com a falta de informação pessoal do próprio interessado que na maior parte das vezes se convence que a profissão há-de conferir ao outro alguns poderes mágicos de adivinhação.
Assim, no caso de hoje, aproveitando o anterior conselho, lavei o caudal e pressionei durante algum tempo o local contuso.
Depois lá consegui, bem ou mal, betadinar o local e aqui estou de sangramento aparentemente retido.
Passarei a ter mais cuidado com o portão da garagem.


Ao meu bruxo, o meu reiterado carinho e a flor

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