quarta-feira, 25 de agosto de 2010

COMUNICAR

Comunicar parece ser o que deveríamos fazer quando contactamos uns com os outros.
Porventura nem sempre assim sucede e subsiste alguma dificuldade em entender o que o outro quer dizer com aquilo que expressa. Muitas das vezes o fenómeno tem lugar simplesmente por serem diferentes os conceitos em cada cabeça.
Ouve-se com alguma frequência e sem recato: vamos fazer amor !
Já sobre isto escrevi e na verdade se se faz, é coisa que se pode comprar feito.
Muita gente ficaria satisfeita com a dispensa dos indispensáveis preliminares. Ia à loja e levava a dose já cozinhada ou fabricada, digamos.
Não quero ir por este trilho, para não arranjar sarilho, mas há outro tema com que me enchem as orelhas e me farto de escutar:
Não tenho tempo, estou só  a fazer tempo, acabou-se o tempo.
Vejamos que afinal o tempo também parece fazer-se e depois isto tem significado diferente dependendo do respectivo contexto.
Se convido uma mulher atraente do meu convívio ou trabalho a beber um café a resposta é tal e qual.
É pá gostaria muito mas não tenho tempo. quando seria mais honesta, mais prática e mais convincente se respondesse que não, que sou velho demais para essas coisas ou muito louco ou que se excita com café.
Nos hospitais ou outros locais de visita e de repente lá aparecem aqueles senhores vestidos de branco ou azul que exclamam:  acabou-se o tempo, como se fosse coisa para acabar, mas, ali, por vezes, dão consolo a quem fica e a quem tem de sair. Do estilo acabou a algazarra.
Normalmente as pessoas vão a coisas que supõem vir a apreciar e à saída lá exclamam: isto foi uma perda de tempo. Absurdo, voltem atrás e recolham, se perderam talvez reencontrem tudo, pois suponho ninguém roube tempo.   O quê ?  Diz ali aquele senhor que é o que lhes estou a fazer.
E no meio de tudo isto fico sem saber afinal o que é o tempo e se afinal se fabrica ou não, embora alguns digam que é no espaço uma dimensão, o que para mim e muitos outros parece continua a ser embaraço.
Sei, de fonte segura, que é coisa que não pára enquanto dura.
Outros dizem que é carga que trazemos à nascença e temos de ter cuidado no seu uso, pois, se acaba, entramos em parafuso e lá vamos nós.
Vou tentando gastar o meu em algo que me dê algum prazer e sempre digo, pode ser em tudo menos comer.
E como não o devo usar desgastando a paciência dos outros, se calhar vou terminar e em tudo isto vou matutar, claro, se mais algum tempo me restar.
Ajudem-me tentem explicar-me.

2 comentários:

Baila sem peso disse...

Como se houvesse explicação!!:)
A comunicar andamos todos
mas é com um pé no ar outro no chão
que isso do nosso amigo Tempo
não tem hora nem lugar...
está sempre em nosso andamento
e nos causa esse encadeamento
de coisas a fazer, outras por fazer
mas sempre Nele a acontecer...
ai tempo, tempo...que nos faltas
estando sempre presente
és mesmo um desmancha-prazeres :D...
(isso de não gostar de comer
sempre me deu que pensar
mas acho que neste dizer
já não tem seu lugar!)

Fica um beijinho a adoçar um cafézinho virtual que o tempo não diz mal!

Parapeito disse...

Do latim "communicare", comunicação significa pôr em comum, conviver. Este "pôr em comum" implica que transmissor e receptor estejam dentro da mesma linguagem, caso contrário não se entenderão e não haverá compreensão. Assim, comunicação deve levar consigo a ideia de compreensão...o diabo é que quase sempre a compreensão fica perdida pelo meio do caminho :)
Eu entendo comunicar como partilhar....
Quanto ao tempo....isso era assunto que ia decerto levar mmto tempo...e neste momento o meu tempo escasseia...
Sendo rápida---digo com uma certa tristeza que a falta de tempo é uma atitude muito cómoda que se toma para nao termos de fazer certas coisas que grande parte das vezes achamos aborrecidas...ou não queremos fazer....porque no fundo...lá bem no fundo quando se quer mesmo...acabamos sempre por arranjar um tempinho...mas isto sou eu a pensar...logo eu que até nasci loira :)
Brisas mansas....cheias de tempo para andarem a cirandar à volta de quem aproveita o tempo****