sábado, 2 de abril de 2011

morte anunciada

Não há fuga a questões complicadas e assim pensei quando me perguntaram como se vive com morte anunciada.
Na sua essência é a complicação de somenos porque, na verdade, desde logo à nascença, quando nos atiram para a prova de vida, pese embora a validade seja aleatória, a morte vem por apêndice garantida e sem fuga.
Há todavia casos em que o anuncio é cometido a termo definido, como sejam aqueles em que a justiça do grupo entende ser essa a via do castigo ou a própria natureza o faz, natureza que nos rodeia em sua beleza e falácia ou a nossa própria quando os limites são ultrapassados e os elásticos rebentam por demais esticados.
Eventualmente tudo depende da forma como cada um entende a morte, essa coisa que desconhecemos e evitamos comentar naquela falsa sensação de afastamento pois se não vejo não existe, conduta de avestruz mas que o humano bem imita.
No entanto é ela tida senhora do sofrimento e dor, arrastando consigo a noção da perca de posses frequentemente tidas como eternas, não só da nossa vida como daqueles que nos são queridos.
Aqui declaro não saber porque me deu isto hoje, mas pronto, fica arquivado e logo se verá.
E até vai levar boneco para não ficar tão triste