sexta-feira, 4 de março de 2011

Voar de novo

Com saudades de voar, rebusquei e encontrei
Era assim há cinco anos

quinta-feira, 3 de março de 2011

Para onde

Sim, era o Ricardo, e não, não o via há anos, época aquando ele febrilmente procurava respostas para questões filosóficas e universais, tais como donde viemos e para onde vamos, deixando então de fora algumas sequenciais e deveras importantes, tais como para quê, porquê e, a maior, porquê eu ?
Após os rituais, não me contive e perguntei se já tinha encontrado soluções para suas duvidas.
Que sim claro, tendo ficado apenas algumas arestas por limar.
Não puxei pela conversa pois sabia que aquilo podia levar horas, e horas dum tempo já para mim perdido.Todavia não deixou ele cair e acrescentou que, para onde, dependia sobretudo do currículo a apresentar aquele senhor aparamentado e barbado e tão badalado São Pedro, figura que, como outras fomos criando na evolução do homem e de tanto nelas falarmos as cremos reais.
Ele daria o seu parecer após leitura do currículo e dos seus registos sendo as alternativas paraíso ou inferno.
Conhecendo o Ricardo já o estava a ver a pensar numa cunha, pois sabia que das más acções ele se teria desfeito antes da crise, mantendo apenas as consolidadas e boas.
A conversa e o pensamento inerente obrigou-me a um pequeno salto na cadeira, aviso que me devia pôr a milhas e assim fiz, desejando-lhe, como é da praxe, tudo pelo melhor.
Estava preocupado quanto baste e fui dali a matutar, pois, para mim que não sou politico nem homem de cunhas e nem sequer negociante de bolsa, se o para onde fosse o inferno, podia dispensar o exame, ficando neste onde já vivo e me queimei.
E porventura sempre me atrapalharam aqueles senhores muito aparamentados e de grandes chapeletas que nunca sei como devo tratar e o erro pode dar barraca, como parece já aconteceu com aquele que vive ali no Vaticano.
Pode acontecer também que não entendam o português , o que, não me espantando, me obrigaria, por cautela, a procurar uma dessas escolas que dão cursos de idiomas em água a ferver e em poucas lições nos garantem desenrascar a situação.
Teria de certo de escolher meia dúzia e assim mesmo só por sorte acertaria. Sei lá, talvez mandarim, ou outro assim.
Mas há outra pergunta sem resposta: Porquê eu ?
E logo eu, tão cheio de problemas que logo hoje havia resolvido dar esta voltinha, nunca pensando que ela me daria também tal volta ao juízo, já de si tão debilitado, como tenho vindo a afirmar e parece ninguém acreditar, chamando-me brincalhão em vez de louco ou pessimista.
Que ninguem se preocupe, vou descansar um pouco, sentindo o fogo que me vem queimando e tentar não pensar mais nisto e, se a decisão me couber, por enquanto não desisto.