terça-feira, 28 de abril de 2009

Felicidade

Este de 02.11.06 vem para aqui. Se o amor empresta felicidade,
Sejamos felizes então, de flor no coração
Os meus momentos de felicidade tem sido lampejos.
Suponho por isso legitimo ansiar pela plenitude.
Numa dessas revistecas que tudo solucionam, era prometida a conquista da felicidade em dez passos, com o aval de não sei quantos cientistas e testemunho de outros tantos supostamente felizes e decerto também bem pagos.
Céptico por natureza, não deixo porém de estar aberto à mudança.
Esta atitude e a aparente simplicidade das dez tomas do milagroso milongo, umas diárias, outras semanais, embarcaram-me na experiência, entrando desde logo nas tomas diárias.
As duas primeiras seriam canja.
1) Cortar metade do tempo a visionar TV.
Tirei a ficha da tomada.
Dada a qualidade da programação, estava a usar para adormecer.
Cá me arranjarei e, se necessitar, tomo um soporífero.
2) Tratar duma planta
Isto adoro.
O problema é que trato de muitas e fico receoso do perigo da toma em excesso, mas esperançoso que daí mal não venha
3) Dizer olá a um desconhecido
Teria de sair. Sem hesitar, aperaltei-me e, todo janota contra o meu uso, desci as escadas.
Cruzei-me na porta com um tal desconhecido.
Franqueei a passagem e disse OLÁ.
A primeira decepção. O tipo, carranca afivelada, olhou de soslaio, passou.
Não correspondeu, nem agradeceu a gentileza.
Sem perca de tempo, saí e deparei com uma mulher ainda jovem.
OLÁ, disse eu já ansioso, quando se aproximou.
Não olhou, levantou a cabeça e prosseguiu, certamente convencida que eu pretendia um engate.
A adrenalina começou a borbulhar e fiquei especado.
Entretanto aproximava-se uma velhinha com ar seráfico.
Afivelei o meu sorriso às comissuras, sem receio de mostrar os dentes que alguns já não são meus e, na aproximação, gorgeei o meu melhor dos OLÁS.
Boa. Parou.
Fitou-me compadecida e disse:Tenha paciência. Não tenho trocado.
Não tomo mais nada. O amor pelos outros está esquecido.
Desisto de ser feliz por inteiro, contentar-me-ei com os lampejos.
Dependendo de terceiros, o grau de dificuldade sobe em flecha.
No entanto sem responsabilidade nem garantia de êxito, estou ao dispor para indicar os restantes sete passos.
Pode dar-se o caso sejam mais “felizes” do que eu.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Amores perfeitos

Folheei meigamente o meu amigo, ainda convalescente da briga e vou entrar noutra alhada,
Desta vez ou tudo ou nada. Não quero intriga !
Ao conceito de amor coloca ele à cabeça "sentimento de afeição de um sexo pelo outro".
Seguido por "afeição profunda ditada pelas leis da natureza" e ainda "sentimento vivo, intenso, de gosto por", entre outros de somenos e mais tontos de certeza.
Dar primazia ao sexo, nem de longe nem de perto, é assunto complexo e não me parece certo.
Sem grandes discussões, fechei logo o livrinho e vou seguir um caminho que lhe tire as ilusões.
Amor, com atributo de perfeito, sempre vai precisar de três cantos partilhar: espírito/intelecto, tolerância/aceitação e outros afectos.
E, nesta cumplicidade, será o amor coisa de jeito, quase felicidade, perfeito !
Já estou a ouvir: a tua cela tem quatro cantos... e o outro ?
Pois, esse o canto da intimidade, onde, passado o teste anterior e disso for o caso, tem nexo falar de sexo, esse movimento em que dois seres poderão ser um só quando, a poderosa força do efémero orgasmo em simultâneo, implica entrega incondicional, e quem é, por um momento, deixa de ser.
O canto é terrivel, pois aí, ter segredos ? Impossivel !
Assim é o amor perfeitíssimo !!! Não existe ? Talvez....ai de mim.

domingo, 26 de abril de 2009

Amor na ajuda

Quando a flor não basta...
A ajuda a outro ser humano, não se esgota no acto de disciplina, mero cumprimento da intenção.
Outras e mais subtis exigências se nos deparam como possíveis garantes do bom êxito dessa intenção, permitindo que a mão que nos é estendida seja firmemente apertada ou, no menos, aflorada.
Não poderemos compreender e aceitar os problemas dos outros, sem fazer boa gestão dos nossos próprios, assim como não poderemos valorizar positivamente quem nos estende a mão se não aceitarmos a nossa própria forma de estar no seu âmbito de realizações, duvidas e fraquezas.
Sabemos que a capacidade de amar o que nos rodeia passa pelo amor de nós próprios e pela necessidade que o humano tem de ser amado e é mais que certo não podermos estar numa relação em que nos pedem segurança, paz, serenidade e alguma alegria, se formos inseguros, ansiosos, agressivos ou infelizes.
Auto conhecimento, auto estima, auto aceitação, capacidade de amar e maturidade psíquica, exigências que surgem desta forma como indispensáveis aliados da disciplina consciente.
É um passeio de braço dado da humildade, disponibilidade e tolerância, pedindo-se bastante para tarefa humilde e de êxito incerto.
A compensação virá em paz e crescimento interior.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O beijo ardente

obséquio de gifsanimados
Esta mania dos dragões deitarem fogo pela boca deixa-me perplexo. Será fantasia ?
Os beijos humanos na boca, ou nos lábios, como se queira, seriam um tormento, se porventura tivessemos este mau hábito.
Em situações já de si escaldantes, o que seria com esta labareda!!!
Já andarão por aí humanos com estes poderes ? Se calhar...
Eu não desisto mas, à cautela, vou comprar um extintor e não o largo.
Passa a andar comigo. Amor seguro.
Por tão pouco são capazes de me chamar louco. Não ligo.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Birras (amizade e amor)


Não sou de permitir que birras ou amuos tendam a destruir qualquer ligação de amor ou amizade e porventura nem todos assim somos.
Posso ser de tempestades repentinas.
Todavia mesmo convencido que a razão me assiste, logo tento abrandar os ventos e chamar as bonanças, tentando ver as razões que ao outro são assistentes.
Aquela minha intima ligação ao dicionário, de tantos anos, continua encravada desde a briga sobre a estranha definição de loucura e não por mim, mais por ele.
Evitando ofender com a presença de modernos dicionários, procurei na estante companhia, juntando-o a outros da sua geração, de inglês, francês, espanhol, que literalmente desprezou, derrubando-os com a sua corpulência, na recusa flagrante de amizade ou amor.
Ponho mais apuro ao folhear suas páginas, tento o carinho que repudia, colando páginas, revirando-as e dificultando o acesso.
E foi aqui que meti o pé na argola.
Resolvido a tentar o máximo, percorri as livrarias, tentando encontrar companhia feminina para aquele meu amigo. Talvez o amor puro fosse a cura e me perdoasse.
Em cada loja, quando pedia uma dicionária de português, ou saía risota ou espantação e houve até um que delicadamente me mandou à merda. Não fui, claro, e entrei noutra loja onde, por sorte, encontrei pessoa simpática, ainda há uma meia dúzia, que me explicou em pormenor a dificuldade.
Não existem dicionárias. Grande bronca.
Estava explicada a perpetuidade da rezinga.
Devia ser insuportável viver sem o eterno feminino
Olhar a sua solidão fez-me doer e coisa que não gosto é de sofrer.
Eu que me pensava só e tenho a possibilidade de encontrar o complemento em género e talvez até em sensibilidades e gostos afins, sendo o único entrave a idade e a selectividade por ela arrastada.
Tristonho dicionário, tem razão, vive num sonho sem realização..
Pode a cruz do nosso fado ser carga demasiada. Haverá sempre mais pesada.
Do coração, hoje fica a flor em botão

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Amor nos casamentos





Lamento o atrevimento.
Mas foi assim numa aprendizagem em 2005, em barro corrente, cozido, tendo a peça 15 cm de altura.
Na ideia estava o Santo casamenteiro lá da minha cidade, quase aldeia.
O ar aluado e o cabelo demasiado encaracolado, emprestam-lhe um misto de candura, ternura e duvida, talvez até de espanto ou hesitação.
Assim como exclamasse que isto já não é o que era.
Nesta minha versão, e em face do meu próprio preconceito, parece um pouco desiludido do amor nos casamentos que, por tradição e em Junho, demasiado conservador vai acobertando.
Da cabeça do Menino nem ouso falar e ainda bem que só se vê de perfil.
Que ambos me perdoem a falta de perícia e aqui ajuramento não haver malícia.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Amor sonhado

Deixaste flor perdida
Nessa noite de luar,

Sem recear pesadelo, passei a sonhar contigo.
e afagava teu cabelo, dessa linda cor do trigo
Meus olhos já mergulhavam no profundo mar dos teus
E teus lábios suspiravam pra se colarem aos meus
No auge dessa atracção, o laço do teu abraço
asas deu ao coração pra voar noutro espaço
Os braços deram o nó, quando os lábios se uniram
Eramos dois e um só e nossas almas fugiram
E depois, sonho perdido, havias desaparecido
sem recado me deixar.

......................................Ainda havia luar

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Serenidade





A felicidade consiste em não seres feliz e que isso não te importe.

(Miguel D'Ors)


Meditando sobre isto, acho que o homem está prenhe de razão, pelo menos de razão semelhante à minha.
Integra aceitação e o bem estar da serenidade, humildade e amor.
Continuam porém a considerar-me louco, nem sei porquê, e também não me importo.
A flor ?
Ah, a flor tem de ser !!!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Laços... e nós

Texto (07-08-2007)
Obviamente de amor
Foto obséquio de Wikipédia


Sempre gostei de laços, de laçada simples ou seus companheiros, mais firmes, mais duradouros, os nós.
O laço é deveras abrangente, ele enlaça o presente, no requinte da fita colorida e aperta, ajusta ao pé, o sapato mais humilde.
Esta laçada no sapato, e segundo a qualidade do atacador, terá de ser dupla, para evitar o constante reajuste.
Da gravata não sei. Não uso e evito baptizados, casamentos, funerais e quejandos que obriguem ao ritual de apertar o pescoço.
Os nós são de famílias mais nobres e na realidade outra loiça, pese embora mais complicados no enlace.
Entre os humanos também se criam laços, são invisíveis e muito semelhantes aos nós pela necessidade de preliminares.

A laçada simples, descuidada, raro dá flor.
Tem de haver especial cuidado no aperto, nem muito, nem pouco, pois o problema principal está na quase impossibilidade de reajuste.
Há casos em que esse laço, ficando lasso, raro volta a enlaçar.
E com poucos, muito poucos, se consegue dar o verdadeiro nó, mais duradouro, por vezes eterno.

Formalismos


Melhor dito formalidade. É algo deprimente.
É frequente fazer-se por ter de ser.
Representa sobretudo pressão do grupo sobre a personalidade.
Facto que, nas épocas ritualistas ou de pseudo festejo individual, tem o seu auge e obsessivo se torna, iniciado muito antes do acto e com declínio passados dias.
Exemplo dos primeiros dias do mês corrente. Por tudo, por nada, a qualquer momento, muito badalado boa Páscoa se fez ouvir, não tendo o dito, na maioria dos casos, qualquer sentir e certamente também sem conhecimento do incluso significado.
Passada esta mera fase verbal, se o facto cria situações de ofertar, deliram comerciantes, vendedores de coisas, comida e ilusões
Essa segunda fase, mais delicada e angustiosa, chega a tornar-se dolorosa para quem dá e quem recebe.
Quem dá, atarefado e sem criatividade, evitando a perca de tempo e dinheiro, decide comprar o mono corriqueiro.
Quem recebe lá terá a sensibilidade e o afago para dizer "que lindo" e arrumar na prateleira até, de boomerang e da mesma maneira, provocar o estrago noutro.
Caberiam aqui palavras terminadas em "ia" que até mal me fariam e assim evito usar, não sendo elas fantasia, nem tão pouco alegria.
Mas é assim a rotina.
Todavia o que mais me desatina é desejarem Bom Natal, Boa Páscoa, Bom Carnaval e, afinal, todos os outros dias ? Terei de passar mal ?
Remoendo tudo isto, resolvi, em tempos idos, abandonar a formalidade, limitando-me, por cortesia, educação e urbanidade a retribuir os recebidos.
Tive sorte. Com o tempo a passar e na eminencia desses tempos loucos de regresso à minha estrela, votos tenho recebido poucos, muito poucos.
Resta um apontamento.
Quando vejo alguém que me toca, poucos, muito poucos, em festividade, ou outro qualquer dia, de sol, chuva ou vento, desejo-lhe, sem o expressar, venha a ter o que quiser, seja lá isso o que for, bem ou mal tem de escolher.
Isto como recheio e laço dum longo e silencioso abraço.
Que tal ? Coisa simples mental, com toque e calor, parece prova d'amor.
Do louvor não fico à espera, por minha loucura mansa a isso não dar valor.
Ah a flor, tinha de ser, é com gosto, mesmo a quem não a merecer.

domingo, 12 de abril de 2009

Do coração

A 07-03-2006, em despedida,
descrevi assim um amigo e um mentor,
estava por ali escondida
mas é também forma de amor

Ao Luís
No cair da folha.
Ajudou-me a sentir a solidão dos outros e assim situar a minha.


Em menino o coração era para mim algo que no meu peito fazia pum-pum, com mais ou menos violência, segundo as minhas correrias.
Já então, como agora, era também coisa que tinha a ver com mimos e afectos.
Adorava o xi-coração. Era tocado.
Depois, e no percurso, aprendi que, a final e na sua essência, é um músculo valente, ou um valente músculo, capaz e responsável pela distribuição metódica e regular do fluido vital.
Mas o sonho de menino não foi de todo desfeito pelas agruras do caminho e do conhecimento.
A subtil consciência (talvez num arremedo de gratidão) empresta e atribue ao coração toda uma panóplia de emoções, fazendo dele fiel depositário da ternura e do amor, do sacrifício e da entrega.
É normal ouvir dizer que um ser tem bom coração, quando em prática de boas acções, sendo as más relegadas para o fígado (então o sujeito terá maus fígados).
Também verdade parece que esta quimera não será igualmente vivida por todos.
São privilegiados os seres que no fosso do sofrimento mantém o espírito livre, tentando substituir por ternura, compreensão e amor a nefasta raiva, desespero e ódio.
Esses vão encontrar no coração o sentido do sem sentido da vida.
Perguntarão vocês o que tem isto a ver com o LUÍS.
Creiam que muito!
O Luís é um dos seres, que de há muitos anos para cá, semanalmente, me foi tocando e por tal tem lugar cativo quando no meu coração se canta o hino dos afectos.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Amor antigo

De flor na mão
Hoje acordei e modorrei um pouco lembrando o amor pelo meu dicionário, nesta convivência de três décadas.
Como a maioria dos amores, de inicio frenético, a roçar as fronteiras da paixão e depois mais sereno, criada a habituação, afagos mais espaçados, quando a necessidade era efectiva, ultrapassada a curiosidade e a descoberta dos primeiros tempos da ligação das nossas vidas.
Aprendi seus truques, seus cativares, seus sentires, e o seu modo de me atrair quando desejava meu terno folhear. Sim, sempre com ele fui delicado, trajei-o para resistir a intempéries, cedo-lhe o canto predilecto, enfim, presto-lhe afecto.
E, sendo conservador, espero manter este amor até à estrela voltar, o que vai estando na hora. Com tanta demora muito terei de limpar.
Da minha mansa loucura, até aqui não falada, só ontem meti conversa.
Procurado o seu conceito disse-me ele coisa sem jeito, entre outras de somenos: alienação de espírito, demência, imprudência, extravagancia, diabrura, brincadeira desenvolta.
Mas afinal o que é isto, não podia o sujeito ser mais concreto, sem tanta divagação?
E depois, bem, depois, foi coisa dum momento, aberta a ferida, palavra puxa palavra, vozes e letras alteradas, ao tomar conhecimento da definição impingida
Desatinado fiquei; uma destas carapuças servirá a um qualquer, seja homem ou mulher, a muitos e não poucos, podendo dizer seriamos quase todos loucos.
Como vou ser conhecido ? No meio desta confusão, eu queria o exclusivo, só me resta a ilusão.
Discuto, argumento, dou braço a torcer e nem uma linha arredou ou uma folha torceu na sua mania tola e, teimosos, carrancudos, ali ficámos, tal qual dois miúdos.
Nem me atrevo a consultar termos tais como: amor, amizade, ternura, felicidade... mas já me toma a saudade.

Vou deixar-lhe a flor, singelo simbolo de amor.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Fogo da vida

Óleo sobre tela, pintor angolano
O verbo pode ser fraco, sem valor, indubitavelmente d'amor (01-03-2006)
Toda prenhe de candura, tímida chama, calor.
enlevo, só ternura, a crepitar no amor
É depois a chama forte numa louca fantasia
Há desprezo pela morte, há ilusão, há magia !
Vermelhos e amarelos, de braço dado a saltar.
Tão ingénuos e tão belos, numa volúpia sem par.
E em tanto movimento, nasce o aviso da queda
Que faz ouvir o lamento, no pico da labareda
Logo, logo, a amargura, e por vezes tanta dor,
vão sufocar a ternura e os momentos d´amor
Baixa o fogo e a herança, são brazidos em modorra
Jaz ali a falsa esperança Talvez viva ! Talvez morra
Deste breve carnaval, resta a cinza. Vitualha !
E o fumo, seu ritual, que a suave brisa espalha.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Abraços

Entre flores, longos braços em abraços e o texto que aí vai, ser poema não pretende, só um pouco do fado desta vida e do passado
Sem amor, tantos invernos, estou nos céus e nos infernos
ao juntar aos meus abraços, terno calor de teus braços.
Na seara desta vida, quase de causa perdida
Fui plantar meu amor
nos prados, entre a verdura e os ramos de azevinho
Dos teus braços o cordão e com o sol de alimento
há-de chegar o momento de colher toda a ternura embalada no carinho

Do vento virá maleficio, se do sol se for a fonte, na linha do horizonte.
Chega assim a tempestade, no gemer desse lamento
e daí o sacrifício de teus braços ir perder
e, sem ser essa a vontade, eu te deixo em liberdade
e continuo a sofrer.
Do nada me resta a esperança,
serem brisas de bonança
teu amor a devolver

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Amor e Paz


Não cultivando mostrar presença,
não visito templos a hora de culto.
Todavia...
Talvez preconceito ou mesmo mania
Sem saber ao que ia visitei um dia
Uma capelinha, não me lembro qual,
Agradado fiquei, noite especial.
Pequena pedra polida, colorida
Aos presentes foi atribuída..
Surpresa e mistério!
Durante a cerimónia e com parcimónia,
raminho de oliveira a explicar o critério,
Incutir desta maneira PAZ e PERDÃO
Pedrinha a lembrar jamais atirar
Raminho a lembrar ao amor dar a mão.
A pedra ainda hoje a vejo
e de atirar perdi o desejo.

Se queres levar uma pedrinha
Tira ali da caixinha.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Futuros

Obrigado, minha amiga. Uma flor para ti.

Quando se ultrapassou a meia idade e até a esperança média de vida humana e o vigor físico e a apetência para alguns objectivos tidos de continuidade nos dizem "parece mentira", surgem diversos problemas a resolver, entre os quais se avoluma o dos afectos.
E o mais complexo entre eles, sem dúvida, a ligação homem/mulher e tudo que ela implica, no seu vasto leque de entrega, ternura, carinho, amor e até sexo.
Encarando com honestidade a própria realidade e, sendo "realista", terei de admitir que esse afecto não poderá garantir a ultrapassagem do hoje e agora.
É um campeonato em que o jogo é hoje e, SE vencermos, tornamos a jogar amanhã, não deixando de dar merecida atenção no ênfase à condicional.
E só este distanciamento do futuro permitirá colher da fonte esse fio de prata da felicidade.
Esta reflexão brotou duma amena conversa com amiga recente, com a qual manifestamente empatizo, cuja idade poderá estar entre os 50/60, vivendo só e sentindo-se bem afectivamente, afirmando que, se porventura tivesse de agir nesse campo, gostaria encontrar "alguém com quem pudesse envelhecer de mão dada".
Tivera ela mais uma dezena de anos e, em silêncio, lhe estenderia a mão.
Não com aquela ideia ilusória de futuros, mas no sentido de ganhar o jogo do dia e a serenidade de espírito para tentarmos jogar e ganhar, também no dia seguinte. E assim por aí...

Envelhecer não, viver sim!!!
Mas sou louco e mais velho. Porventura por isso me caberá este discernimento.